Rádio Moxoto Web

ORIENTAÇÕES IMPORTANTES

Comentários postados pelos moradores, enviados via e-mail, ou pela área destinada para este fim no blog, são de responsabilidade dos respectivos leitores, e não do Blog Inajá em Foco. Todas informações e solicitações enviadas serão postadas, a menos que haja desrespeito ou ofensa. Conteúdos contendo propaganda partidária não serão publicados.

Seja cidadão, opine, independente do seu partido, esse espaço é nosso!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DE UMA HISTÓRIA DE AMOR AO DESCASO

Por: José Everton e Leandro Bruno

Antes que iniciarmos com nossa matéria, vamos fazer um teste. Olhe a foto abaixo e tente descobrir onde ela foi tirada.
Você sabe dizer onde essa foto foi retirada?
Será que é uma roça? Um terreno baldio? É a caatinga?... Bom se você reparar nas catacumbas ao lado superior esquerdo da foto verá que se trata de um cemitério. Não um cemitério desconhecido e sim o Parque da Saudade.

O INÍCIO DE TUDO

Corria-se o ano de 1994. E em sua rotina a senhora Lidinalva Alice Laranjeira  estava carregando ou acompanhando mais um enterro. Chegando ao cemitério Santo Antônio ela se deparou mais uma vez com uma situação constrangedora, ao cavar o túmulo, ela e o coveiro Napoleão, mais uma vez encontraram  partes de um cadáver.
“Eu sentia tristeza que não tinha lugar pra enterrar. Quando a gente fazia o buraco vinha o cabelo da pessoa, ainda minando o óleo da cabeça. Ai aquilo me deu uma tristeza. Então pedi ao padre de Inajá para encabeçar um pedido ao povo para fazer um cemitério.”  - conta Lindinalva.
O padre apenas lhe disse que a prefeitura já havia comprado um terreno para tal fim. Foram várias idas a prefeitura para pedir uma ação do poder executivo, porém não obteve resposta. Indignada com o silêncio ela foi à procura da vendedora do terreno que confirmou o que o padre tinha dito. Começa ai uma história de amor pelos falecidos inajaenses que não está perto de terminar.
A comunidade inajaense precisou apenas de trintas dias para erguer o cemitério. “Todo mundo ajudou. Dentro de trinta dias, o cemitério já estava enorme. O material era guardado dentro da casinha que fiz, onde eu dormi vários dias lá dentro.” Completou Lindinalva. Ela conta que teve que construir primeiro a igreja para poder guardar os materiais que as pessoas estavam doando. E logo depois que foi erguida ela passou a dormir lá, para que ninguém roubasse o que o povo já havia doado.
Lindinalva também relata que durante o período o então prefeito chegou a tentar impedir a obra (já que a mesma se localizava em um terreno comprado pela prefeitura). Porém ela disse que não iria parar, pois estava fazendo aquilo por amor.


Essa história que acabamos de contar não é ficção. É a pura realidade do que aconteceu para que o cemitério fosse erguido. Com a ajuda da comunidade Lidinalva encabeçou um projeto ambicioso, mas necessário que até hoje jamais foi terminado.
Em sua entrevista ela conta que teve que sair de Inajá devido ao falecimento de sua mãe. Sair da cidade era preciso para não passar necessidade – conta ela.
Dezesseis anos depois, nossa equipe foi visitar o cemitério Parque da Saudade, e encontramos uma situação que todos os inajaenses já estão acostumados. Um verdadeiro descaso com os falecidos. “Parece que ninguém percebe que um dia vai ser colocado ali, isso se tiver sorte de ser enterrado”. Foi o que comentou a professora Maria Cícera Mizael, 49 anos.
“O cemitério está em total desprezo. Acho que não devemos esperar ação do governo e sim a própria população deve agir.” – disse ela.

“É uma total falta de respeito, estão usando o cemitério até como motel”. Ela também contou que outro dia quando acompanhava um enterro, uma mulher foi tentar arrancar um pé de melancia mas não conseguiu, pois a raiz estava muito funda.
Acesso ao cemitério Parque da Saudade
O sofrimento das pessoas que vão a um enterro em Inajá não é apenas o luto pelo falecido, mas também por ver a situação em que ele será deixado. O caminho que dá acesso ao cemitério é estreito, e com muito lixo, é impossível não encher seu calçado de terra.
Em 2009 o então pároco de Inajá, indignado com a situação decidiu fazer um mutirão para tentar arrumar o cemitério. Um dos principais pontos levantados foi a ampliação do mesmo vendo que ele já está em mais de 50% de sua lotação.

ENTENDA POR QUE O CEMITÉRIO DEVE SER AMPLIADO

                Segundo Lindinalva, o cemitério foi construído em 1994. Nessa época a população urbana de Inajá era bem menor que a atual. Segundo imagens de satélite o Parque da Saudade tem 6251,64 Metros ². E em um período de menos de 20 anos 3358,1 Metros ² (ou seja 53,71%) já estão sendo utilizados. Ou seja, se a situação continuar assim, na melhor das expectativas em 20 anos o cemitério estará lotado.
Igreja do cemitério - não chegou a ser concluída
                Sabemos que algumas catacumbas são de famílias e por isso elas serão reaproveitadas. Porém com o crescimento populacional que ocorreu na nossa cidade (de 13 mil habitantes em 2000 foi-se para 19 mil em 2010). A ampliação do cemitério é crucial para que o Parque da Saudade não se transforme no que o cemitério Santo Antônio se transformou.

A reunião organizada pela paróquia de Inajá, resultou em um documento que foi entregue nas mãos da câmara de vereadores. Fomos a procura da presidente da câmara para confirmar essa informação.
                “Olhe, o projeto que tenho em mãos já foi aprovado, e foi encaminhado ao governo do estado. A empresa já ganhou a licitação, porém estamos esperando o depósito do dinheiro para começar as obras” – Explicou a Vereadora Maria Inêz, 42 anos.
                Perguntamos qual seriam as obras realizadas, ela respondeu que é a pavimentação da rua que dá acesso ao cemitério, porém relatou desconhecimento em relação a ampliação.
"Não são túmulos são verdadeiras casas" - Maria Cícera
                “Não estou sabendo da ampliação, mas eu posso até criar uma lei, porém dependerá da aprovação do prefeito”.
                Em sua entrevista ela também nos disse que acha uma injustiça colocar a responsabilidade do cemitério nas mãos de uma só pessoa: “A comunidade como um todo deve cuidar e zelar pelo cemitério, como fazem nos outros lugares. Não há como uma só pessoa gerenciar, isso é uma injustiça”.
                A vereadora também aproveitou a ocasião para anunciar que serão pavimentadas as ruas Dois de Janeiro (na Vila Malta) e a Rua de Núbia (esse ultima contará com saneamento) além da pavimentação do acesso ao cemitério.
                De fato a comunidade deve cuidar do cemitério mas se faz necessário que haja alguém que se gerencie, para que não ocorra o que esteja ocorrendo.
                Maria Cícera relata que “O rico faz uma casa lá dentro, e o pobre uma simples catacumba, e depois de alguns anos outro vem e faz uma em cima da do pobre”.
Analisando bem a foto podemos ver realmente
melancias. 
                Ela também concorda que o terreno deve ser aumentado: “Seria bom que aumentasse o terreno”, diz ela e ainda acrescenta: “Falta iluminação, necrotério, e ainda os matos estão tomando de conta, outro dia uma mulher não conseguiu arrancar um pé de melancia que se estendia por duas covas (como foi relatado acima). É um descaso, os parentes parecem que não se importam, eu não tenho nenhum lá, mas quando tiver irei lá cuidar. É minha obrigação.
                Ela ainda diz que no projeto feito pelo pároco haveria um zelador, ela acredita que o projeto do padre não parou, porém admite que até agora não foi feito nada.

Antes de ser um dever social, sepultar os mortos é um dever cristão. Zelar por nossa casa é um hábito normal, por que então não zelarmos por nossa casa definitiva que será o cemitério. Temos que todos juntos cuidar desse lugar que foi erguido por uma história de amor e hoje se encontra em total descaso.
Em todos os outros lugares os cemitérios é um lugar de oração e meditação. Refletir sobre este caso é dever das autoridades competentes e também nosso. 
Está certo que foi o povo que construiu o cemitério. Porém não é por isso que é o povo quem deve gerenciar. A única missão dada ao povo é cuidar para que situações como essas sejam definitivamente resolvidas.

UM EXEMPLO HISTÓRICO

Há vários anos atrás o cemitério Santo Antônio também foi negligenciado, pois achavam que ele era grande. Isso por volta de 1950. Hoje vemos como ele se encontra. Não há mais caminhos, passamos por cima de catacumbas, está tudo abandonado. 
Será que queremos ver o que aconteceu com o cemitério Santo Antônio se repetir com o parque da saudade?
O mato também toma de conta do cemitério Santo Antônio


9 comentários:

  1. Meu deus nem parece um cemiterio isso é um abisurdo pobre da nossa cidade.O prefeito juntamente com a população deveriam resolver esse problema,mais sei que são poucos que ligam pra isso.

    ResponderExcluir
  2. realmente é um descaso para com os mortos , que merecem todo respeito , as autoridades municipais não estão nem aí para os vivos , imagine então os que já se foram , que não podem reclamar....

    ResponderExcluir
  3. É lamentável que a vereadora INÊS DISSE ao relatar que acha uma injustiça colocar a responsabilidade do cemitério nas mãos de uma só pessoa e ainda acrescentou dizendo: “A comunidade como um todo deve cuidar e zelar pelo cemitério, como fazem nos outros lugares. Não há como uma só pessoa gerenciar, isso é uma injustiça”.

    ISSO É UMA VERGONHA AFINAL ONDE ESTÁ A RESPONSABILIDADE DOS POLÍTICOS QUE SÃO ELEITOS PELO POVO!FICA A CRÍTICA PARA ESTA VEREADORA E PARA OS POLÍTICOS DESTA CIDADE.PARABÉNS PELA EQUIPE DE REPORTAGEM.ISSO É CIDADANIA!

    ResponderExcluir
  4. Nossa que tristeza quando eu vim para Sao Paulo estava em construção este cemiterio.Pensei que estava acabado mas agora vi que é algo mal acabado.Que pena essa cidade ´é maravilhosa.!!!!!

    ResponderExcluir
  5. O que afinal estão fazendo os políticos Inajaenses?Onde está o bom senso,a ética,o respeito.Lembro de ter participado de um movimento em que a Igreja e pessoas da comunidade fizeram um pedido na Câmara de vereadores para aumentar o valor destinado a manutenção dos cemitérios no ano de 2010,pois o valor era insignificante para uma futura ampliação(a proposta só previa a manutenção)mas nada fora feito.Mas fiquem todos sabendo que na proposta orçamentária apresentada no ano de 2010 na referida reunião que comentei.Os valores para serem gastos na manutenção dos cemitérios foi um total de R$ 17.500,00,Assim distribuidos:material de consumo:R$1.500,outros serviços de terceiros:R$ 9.000 e obras e instalações R$ 7.000.Afinal este valor foi gasto na manutenção?????Já que esse problema não é de agora!!!!Fica a crítica veja vcs da comunidade quanto foi destinado este ano para a manutenção dos cemitérios.Será que foi um valor tão insignificante q não podem contratar um funcionário para fazer a limpeza.Para que não reste nenhuma dúvida estarei fornecendo cópia com a proposta orçamentária apresentada no ano de 2010 e com esses valores descritos.

    É COMO DIRIA BORIS CASOY:ISTO É UMA VERGONHA!!!!

    ResponderExcluir
  6. PARABÉNS A TODOS QUE FAZEM ESSE BLOG DE MUITA CREDIBILIDADE E RESPEITO.ENFIM A TODOS QUE OPINAM E TRAZEM DEPOIMENTOS DE GRANDE TEOR POLÍTICO E SOCIAL.ESTOU MUITO FELIZ POR SABER QUE EXISTEM PESSOAS QUE AINDA PREFEREM FALAR DO QUE SE CALAR DIANTE DE TANTA INERCIA DOS POLÍTICOS.SEJA VC TAMBÉM MAIS UM A COMENTAR.NÃO SE CALE.SEJA CIDADÃO.AFINAL VC É OU NÃO É UM CIDADÃO INAJAENSE!!!O ESPAÇO ESTÁ AÍ LOGO ABAIXO.FICA O RECADO!!!!!

    ResponderExcluir
  7. Como acabamos de vê, o cemitério está em um estado deplorável, cadê o poder legislativo com os projetos... e o poder execultivo com responsabilidade de aprovação dos projetos... Como mencionou nosso amigo (ARLÃ) no comentário anterior, "que foi feita uma proposta orçamentária de Dezessete Mil Setecentos e Cinquenta reais (R$ 17.750,00)" será que esse dinheiro está respectivamente sendo aplicado, no parque da saudade (cemitério)? pelo que avistamos ou chegar no local, está parecendo que NÂO, no entanto o que se vê é uma imagem de despreso do recinto. Meus caros políticos deixem um pouco de lado essa visão política ambiciosa, tenham compaixão ao próximo, troquem essa visão política, por uma visão social, pensem um pouco em prol da sociedade. Pois quem bem soubesse ajeitaria era o cemitério ao em vez da casa, pois é lá que iremos passar os restos de nossas "vidas".

    ResponderExcluir
  8. É uma vergonha para a nossa cidade ter um cemitério desse! É muita falta de responsabilidade dos governantes municipais deixar chegar a essas condições. A entrada ta parecendo um lixão e do lado interno um verdadeiro matagal. Mas o pior é que não é só o cemitério que está nesta condição, muitos outros lugares estão assim ou pior, como é o caso da entrada da nossa cidade, ali depois do posto fical, vindo de Tacaratu, tem tanto mato na pista que se vier um carro à 60 km/h e sair um animal dali de dentro causa um acidente terrivel. Será que vai ser preciso a população tomar as providências para mandar cortar aquele mato? Por que ja esta com tempo que esta daquele jeito e ninguém faz nada, só vai fazer quando houver um acidente, que Deus nos livre.

    ResponderExcluir
  9. euclides machado ,o primeiro habitante,e sua esposa maria malta de alencar,digo primeiro pela história verdadeira e por terem sido donos da primeira casa da cidade,trata-se de uma questão logica primeira casa ,primeiro habitante,deu o terreno da maternidade ,do colégio e não tem uma rua ou praça com seu nome,que r falta de respeito maior,não só com seus fundadores ,mais com sua própria história,que na verdade é um mito,pouca gente sabe dessa verdade.

    ResponderExcluir